sábado, 10 de outubro de 2015

Estações dentro de mim



   Na semana que se passou houveram dias frios que congelaram minhas mãos e até mesmo o meu nariz, fez tanto frio que estremecia a cada momento que precisava ficar muito tempo parada. Choveu e ventou também, não houve guarda-chuva que aguentasse, não houve cabelo que ficasse no lugar. E aconteceram também nesse meio tempo outras coisas que me estremeceram, não somente pelo gelo no ar, mas sim por algo mais interno, mais profundo em mim.
Eu senti...E mais do que isso, algo aqui dentro deu uma mudada.
   As pessoas me questionam por ser as vezes tão boba me apegando a delicadezas e não entendem que eu tenho meu próprio tempo, minhas filosofias e indagações. Mas eu não sabia muito bem como expressar tão detalhadamente essa sinestesia em mim, foi tudo encoberto por certa timidez. Aqui dentro fez sol, nevou, choveu, o mar se agitou, o vento levou minhas palavras e a poesia se guardou. Nossa, ouso dizer que meu coração passou por todas as estações e agora as borboletas começam a voltar.
   Hoje acordei com sol tentando entrar pelas frestas na janela, senti o calor em minha pele de uma forma tão aconchegante, me senti bem. E todos os sentimentos se agitaram, como se alguém  tivesse tirando a poeira acumulada num cômodo esquecido.

(texto escrito numa semana de outubro, 2012)


Natalia Cayres

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