domingo, 8 de março de 2015

Sobre desenhos e crescer...


Dependendo do dia, ou momentos em que me sinto sozinha e pressionada por quatro paredes, a doce e pequena vontade que tenho é a de voltar a ser criança. Sinto saudade dos tempos em que a minha maior preocupação era acordar cedo, encher um pratinho com bolachas, ir para a sala, ligar a tv e sentada no sofá coberta, me deliciava e esquecia de tudo, apenas por estar assistindo desenhos, rindo deles ou totalmente entretida com a história.
 Parecia que o mundo era tão divertido! Cheio de cores, músicas e de algum segredo encantado.Era fácil eu me perder nesse pensamento e não ligar muito sobre o tempo, a complexidade de ser, sentir, e viver.
Quando dei por mim, já não era criança. Eu era uma garota crescida. Mulher. As coisas não eram como nos desenhos e ninguém começava a cantar e dançar alguma música motivadora de repente na rua, ou no emprego, ou em qualquer lugar inusitado. 
Mas de certa forma não me sinto assim tão adulta. Sempre estou tentando trazer cores para as coisas ao meu redor, pintando, inventando, customizando meu mundo. Quando estou prestes a perder o controle, paro, e tento atrair um pouco de leveza, dou um tempo até a sensação passar, saio e observo as plantas e flores no meu jardim, vejo os caracóis e fico satisfeita e boba quando vejo uma borboleta por ali.
Algumas vezes assisto desenhos de manhã, não é a mesma coisa, mas o dia parece começar mais alegre, algo assim.
Os pequenos vestígios de como eu era quando criança se manifestam sutilmente em como vejo o mundo, o amor, os detalhes, cada nova fase.

Natalia Cayres


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